Diagnóstico

Diagnóstico, uma arma essencial para atenuar os sintomas

Chegar ao diagnóstico da SII nem sempre é fácil, devido à enorme diversidade de sintomas, à sua variação de pessoa para pessoa e ainda à sua flutuação ao longo do tempo. Contudo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial para ajudar quem sofre da patologia a lidar melhor com ela. Além disso, um diagnóstico feito por um gastrenterologista é fundamental para receber uma explicação clara, um tratamento eficaz e sentir menos ansiedade sobre o que está a provocar os sintomas.

Vários distúrbios intestinais diferentes têm sintomas semelhantes à síndrome do intestino irritável. Exemplos incluem síndromes de má absorção (absorção anormal de nutrientes), doença inflamatória intestinal (como colite ulcerativa e doença de Crohn), doença celíaca (na qual o corpo é incapaz de decompor uma proteína chamada “glúten”), e colite microscópica (uma condição que envolve inflamação microscópica do cólon).

Como não existe um teste diagnóstico único para a SII, a abordagem de muitos médicos envolve a comparação dos seus sintomas com critérios diagnósticos publicados na literatura. Contudo, estes critérios não são suficientes para distinguir a SII de outras condições em todas as pessoas. Assim, uma história médica, um exame físico e testes selecionados podem ajudar a excluir outras condições médicas.

Testes a realizar:

A maioria dos médicos prescreve testes de sangue de rotina em pessoas com suspeita de SII; estes testes habitualmente não apresentam alterações, mas podem ajudar a descartar outras condições médicas. Nos casos de diarreia, também poderão ser pedidos exames às fezes.

Em situações particulares podem ser pedidos testes mais invasivos, tais como sigmoidoscopia ou colonoscopia, especialmente em pessoas com mais de 45 anos de idade ou na presença de sinais de alarme que indiquem a presença de doença orgânica/estrutural (perda de peso, perda de sangue, anemia, história familiar de cancro digestivo, etc).

Critérios de Roma IV

Os critérios de Roma – assim denominados porque foram criados pela Rome Foundation, uma fundação formada por médicos especialistas com a missão de melhorar a vida das pessoas com distúrbios funcionais gastrointestinais – são o método utilizado pelos gastrenterologistas para o diagnóstico da síndrome do intestino irritável. Atualmente, está em vigor a IV edição destes critérios.

Os critérios de Roma IV* são os seguintes:

  • Dor abdominal recorrente e que ocorra, em média, pelo menos uma vez por semana nos últimos três meses. Associada a dois ou mais dos seguintes:
  • Alívio da dor com defecação;
  • Alteração na frequência das fezes;
  • Alteração da forma (aparência) das fezes.

* Critérios cumpridos nos últimos 3 meses com início dos sintomas pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.

Escala de Bristol

De acordo com as guidelines da World Gastroenterology Organisation, a síndrome do intestino irritável pode ser dividida em quatro subtipos, segundo as características predominantes das fezes:

  • SII com predomínio de diarreia (SII-D)

– Fezes moles com frequência;

– Frequente necessidade urgente de evacuar;

– Cólicas ou dor abdominal frequente.

  • SII com predomínio de obstipação (SII-O)

– Evacuações pouco frequentes;

– Dificuldade em evacuar;

– Vontade de evacuar, mas sem sucesso.

  • SII mista (SII-M)

– Sintomas de SII-D e SII-O.

  • SII inespecífica (SII-I)

– Aqui enquadram-se todas as pessoas com sintomas, mas cujos hábitos intestinais não podem ser categorizados com precisão nos três primeiros grupos.

O que o formato das fezes nos pode dizer?

Ora, para ajudar a caracterizar o subtipo de síndrome do intestino irritável e, desta forma, chegar a um diagnóstico, é utilizada a Escala de Bristol. Esta é uma escala desenvolvida pelo Dr. Ken Heaton na Universidade de Bristol e publicada no Scandinavian Journal of Gastroenterology em 1997, destinada a classificar a forma das fezes humanas em sete tipos.

Fontes:
Rome Foundation (https://theromefoundation.org/rome-iv/rome-iv-criteria/); Lacy BE, et al. (2016). Bowel Disorders; J. Schmulson e A. Drossman. (2017). What Is New in Rome IV. J Neurogastroenterol Motil.

S. J. Lewis & K. W. Heaton, Stool Form Scale as a Useful Guide to Intestinal Transit Time, Scandinavian Journal of Gastroenterology, Pages 920-924 | Received 04 Apr 1997, Accepted 06 May 1997, Published online: 08 Jul 2009 (https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3109/00365529709011203).

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